Cortando mais de 1000 quilômetros em Minas e Bahia, a Serra do Espinhaço é a única cordilheira do Brasil. Coberta por Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, o Espinhaço é também um dos maiores centros de endemismos do mundo. Abrigando paisagens deslumbrantes e biodiversidade riquíssima, o Espinhaço é certamente um dos melhores destinos para observação e fotografia de natureza do mundo. Nessa expedição visitaremos a porção Sul da cordilheira, mais especificamente a Serra do Caraça, que está inserida no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. O Complexo Santuário do Caraça é o conjunto de toda a propriedade de 11.233 hectares, onde estão localizados o Conjunto Arquitetônico do Santuário, a área da RPPN (área de 10.187 ha), e partes identificadas pela proprietária como áreas de manejo. No Conjunto Arquitetônico estão a igreja neogótica, o prédio do antigo colégio (hoje museu e biblioteca) e a pousada. Na área de manejo estão localizadas a Fazenda do Engenho, o Buraco da Boiada, a Fazenda do Capivari. Atualmente o Caraça é um destino procurados por turistas de todo o mundo, geralmente atraídos pelos turismo religioso e de natureza.

Nos dias 22 e 23 de fevereiro recebemos o fotógrafo de natureza Jorge Calil para uma rápida passagem pelo Santuário do Caraça para fotografar algumas da espécies da fauna que ocorrem por ali.

No primeiro dia as aves estavam bastante quietas, o que dificultou um pouco atraí-las, mas mesmo assim conseguimos registrar algumas espécies interessantes como o bentevizinho-de-asa-ferrugínea e as saíras-lagarta e douradinha. Ainda na mesma trilha, também avistamos bem a borboletinha-do-mato e o picapauzinho-barrado. Por último encontramos o simpático chupa-dente.

Em outra trilha, adicionamos mais algumas espécies para nossa lista como a belíssima tietinga e o inquieto joão-botina-da-mata. Um par de lavadeiras-mascarada também apareceram.

Fizemos uma parada para o almoço e um breve descanso. A tarde fizemos uma trilha mais leve, com objetivo mais cultural e de paisagem. Na volta, após o jantar, o show fica por conta dos lobos-guarás e seu tradicional espetáculo. Naquela oportunidade ainda tivemos a chance de avistar dois indivíduos ao mesmo tempo.

No dia seguinte dedicamos nossa atenção em busca dos macacos-guigó, que o Jorge queria fotografar. Não foi fácil, eles estavam bastante quietos e nuna escutamos vocalizações em momento algum. Fui rastreando a mata em busca de movimentos ou sinais da presença deles, quanto percebi alguns frutos novos no chão da trilha, o que poderia ser sinalda presença deles. Decide então ficar ali por alguns minutos e acabamos sendo recompensados. Conseguimos avistar um indivíduo sozinho, aparentemente afastado de sua família e em busca de outro indivíduo para formar um novo casal.

Durante a busca pelos peludos, conseguimos também fotografar algumas espécies de aves bem importantes, como o formigueiro-assobiador, um casal de surucuá-variado e o difícil flautim. Infelizmente a chuva nos pegou e tivemos que interromper nossos planos para o final do passeio.

Agradecemos ao Jorge pela confiança e ao Santuário do Caraça pela parceria de sempe.

Um grande abraço,

EDU FRANCO